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18.400
Hectares
60.000
Aves
400
Espécies
Estamos a falar de um maravilhoso parque natural que abrange mais de 18.000 hectares, compreendendo um deslumbrante quadro composto por salinas, sapais, ilhéus e canais que vão dar à praia – tudo isto, ao ritmo das marés. Sim! Sabia que as marés são responsáveis pela circulação da água no interior desta lagoa?
Foi em 1987 devido ao seu habitat e biodiversidade únicos, que a Ria Formosa se tornou um Parque Nacional protegido pelo ICNF (Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas) – a organização governamental portuguesa para a proteção da natureza e das florestas.
Venha mergulhar no maravilhoso mundo da Ria Formosa.
Com uma forma triangular, a Ria Formosa estende-se por quase 60 km ao longo da costa algarvia, no sul de Portugal e abrange uma área de 18.000 hectares (180 km2). O ponto mais largo tem quase 6 km de largura e o ponto mais estreito tem menos de 100 m.
Entre as ilhas-barreira e no interior da lagoa encontra-se sapais, lodaçais, dunas, salinas e canais de maré que contribuem para a diversidade da fauna e flora desta região.
Na verdade, a Ria Formosa está separada do oceano Atlântico por um sistema lagunar com 2 penínsulas e 5 cinco ilhas:
As penínsulas da Ria Formosa: Península do Ancão e Península de Cacela
As ilhas da Ria Formosa: Ilha da Barreta, Ilha da Culatra, Ilha da Armona, Ilha de Tavira e Ilha de Cabanas.
Ao longo desta área, que de este para oeste, vai desde a Quinta do Lago a Cacela Velha, destacam-se várias cidades e vilas importantes, dada a sua localização geográfica e envolvente histórica com a Ria Formosa, entre elas: Quinta do Lago, Faro, Olhão, Fuseta, Santa Luzia, Tavira, Cabanas de Tavira e Cacela Velha.
Desde aves migratórias até a vida marinha, este ecossistema único, em constante mudança , é um refúgio para entusiastas da biodiversidade e amantes da natureza.
Além de ser uma área de uma beleza natural incrível e refúgio de vida selvagem, esta é uma zona privilegiada por ser também um ponto de passagem e nidificação para muitas espécies migratórias vindas do norte da Europa e que passam aqui o inverno ou usam a ria como escala rumo a sul. Uma das espécies mais raras é a “galinha-sultana”, símbolo do próprio Parque Natural – e não a encontra em mais nenhuma outra parte do país.
No nosso país, a Gaivota-de-Audouin apenas nidifica na Ilha Deserta – Faro. Um acontecimento especial, não acha?
Desde invertebrados, borboletas, Cavalo-marinho-de-focinho-comprido (Hippocampus guttulatus), répteis, camaleão, Andorinha-do-mar-anã (Sternula albifrons), Camão (Porphyrio porphyrio), Gaivota-de-audouin (Ichthyaetus audouinii), Mergulhão-de-pescoço-preto ou cagarraz (Podiceps nigricollis), Ostraceiro (Haematopus ostralegus), garça-branca-pequena (Egretta garzetta), cegonhas-brancas (Ciconia ciconia), colhereiro (Platalea leucorodia), aves de rapina a mamíferos (lontra (Lutra lutra), o saca-rabos (Herpestes ichneumon), a geneta (Genetta genetta), a fuinha (Martes foina), o texugo (Meles meles) e a raposa (Vulpes vulpes), todas estas espécies podem ser encontradas na Ria Formosa.
Estão identificadas 65 espécies de peixes, que se dividem em sedentárias, ocasionais e as migradoras-colonizadoras, sendo a Dourada (Sparus aurata), o Sargo-legítimo (Diplodus sargus), o Robalo (Dicentrarchus labrax), o Linguado-branco (Solea senegalensis) e a Enguia-europeia (Anguilla anguilla) as de maior interesse económico e gastronómico.
A Ria Formosa é ainda palco de atividades mariscadoras e piscatórias, entre elas, cultura de bivalves, piscicultura e salicultura.
O valor ecológico da Ria Formosa é reconhecido e protegido por acordos de conservação internacionais e nacionais. Em Portugal tornou-se Parque Natural em 1987 pelo ICNF e a nível internacional, está incluído na rede Natura 2000 e na Convenção Ramsar sobre zonas húmidas.
Ao longo dos séculos, diversas civilizações, incluindo fenícios, romanos e mouros, deixaram sua marca na região, contribuindo para uma rica herança cultural. Devido à sua posição estratégica, a Ria Formosa foi palco de defesa contra invasões, o que levou à construção de importantes fortificações. Entre elas, destacam-se o Forte de São João da Barra, em Cabanas de Tavira, e a Torre de Aires, que vigiava as proximidades de Olhão. Estas estruturas serviam como pontos de observação e defesa, protegendo a costa e as rotas comerciais.
Além de seu valor militar, a Ria Formosa é hoje reconhecida por sua biodiversidade, sendo um parque natural que atrai visitantes interessados tanto na sua beleza natural quanto na sua história rica e multifacetada. As fortificações, agora marcos históricos, continuam a testemunhar a importância estratégica desta região ao longo dos séculos.
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